abril 24, 2011

Eu preciso aprender a lidar com essa vontade de sair por aí gritando o seu nome, preciso conseguir abandonar essa esperança que insiste em ficar dentro de mim; eu preciso aprender a controlar essa minha necessidade de você, e principalmente, eu tenho que aprender a controlar essa vontade de largar tudo por você. Eu só quero conseguir chegar até o meu quarto, deitar a minha cabeça no travesseiro e dormir logo, para não ter que ficar pensando em você e ficar lembrando que eu te perdi, e dessa vez, para sempre.

Deus, por favor, me ajude a sobreviver à essa noite.

abril 21, 2011



"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ..." (Caio Fernando de Abreu)

abril 17, 2011

Nostalgia.

Eu não sei muito bem como explicar, porque eu não consigo entender esse seu poder que você consegue exercer sempre sobre mim... Foi só você reaparecer, não foi preciso nenhuma palavra, nenhum sorriso, nenhuma explicação, muito menos nenhuma promessa para que tudo ficasse bem mais uma vez. Foi só ver você por perto, para que tudo fizesse sentido novo. Eu confesso, que por alguns segundos eu me esqueci de respirar; me esqueci também de todos os meus problemas. É como se tudo tivesse voltado à tona; todos os nossos sonhos, todas as suas promessas. E por uma fração incalculável de segundos, eu me senti inteira, de novo, depois de tanto tempo.
"Que o teu afeto me afetou é fato, agora faça-me um favor..." O Teatro Mágico

abril 09, 2011



"Você foi a esperança nos meus dias de solidão,a angústia dos meus instantes de dúvida, a certeza nos momentos de fé." (Paulo Coelho)

abril 06, 2011

Freedom.

"Você não pode viver sem amor? Bem, o oxigênio é ainda mais importante."

Talvez, agora eu realmente entendo o sentido dessa frase. Sinceramente, o oxigênio é bem mais importante do que o amor. O oxigênio não ignora, não mente e não nos machuca, e ele, diferentemente do amor, sempre está logo aqui para nos ajudar.

Sinceramente, hoje eu acordei vazia; acordei gostando mais do meu sorriso, gostando mais de mim. Finalmente, percebi que eu não preciso mais de você; eu não preciso mais de algum motivo para tirar o meu sono, para acabar com os meus sonhos e com os meus sorrisos. Finalmente, eu não preciso mais de você.

abril 01, 2011

Eu sempre vou te esperar.

Então vem essa saudade que me sufoca, e a vontade que eu tenho de sair gritando o seu nome para ver se você volta para mim.