julho 30, 2011

Deus, cuida dela para mim?

Depois de meses eu consegui pensar em você, sem sentir raiva. Hoje, pela primeira vez, depois de tanto tempo, eu senti falta da sua presença. Eu senti falta do seu cheiro forte de cigarro, senti falta do cheiro do seu cabelo, senti falta do seu sorriso marcado, do seu abraço frouxo e de sua voz rouca. Eu pensei, repensei e trepensei em passar na tua casa hoje, com a simples desculpa que precisaria pegar as minhas últimas roupas que ainda sobraram aí, mas, depois de tanto tempo sem te ver, não sei mais qual seria a sua reação, e confesso que fiquei com medo da tal. Temi que me deixasse pegar as minhas coisas sem me questionar, sem pedir para que eu ficasse, e eu não aguentaria olhar para os teus olhos mais uma vez, e ir embora. Você não tem idéia do quão doloroso foi para mim fazer isso na última vez que nos vimos. Então, apelei como sempre, preferindo uma mensagem. Uma simples mensagem dizendo Oi Mãe, você está bem? Recebendo depois de alguns minutos o Sim. Ouvi dizer que você estava doente. Faz tempo que eu não te vejo, faz tempo que não escuto a sua voz. Minto. Escutei a sua voz anteontem, quando você me ligou perguntando se iria querer o álbum de formatura, desligando depois do meu Não. Você, mais do que ninguém sabe que eu não sou muito boa nessa parte de relacionamento, nessa parte de dizer as coisas. Você sabe que eu prefiro sempre guardar para mim. Mas é que agora Mãe, não ta mais cabendo dentro de mim. Hoje, pela primeira vez, depois de tanto tempo, eu chorei de saudade. Eu chorei porque eu não tenho mais você. Eu chorei porque por mais que eu tente fritar hambúrguer com queijo, baccon e ovo, não fica igual ao seu. Eu chorei porque ninguém mais me faz levantar para apagar a luz, ninguém mais me chama para dormir na sua cama de casal. Eu chorei. Chorei mesmo. E ainda estou chorando. Eu chorei de saudade Mãe.

Por favor, não desista de mim.

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